quarta-feira, 15 de junho de 2016

Proteção e Segurança Radiologica

Proteção e Segurança Radiologica
A Proteção Radiológica pode ser definida conjunto de medidas que visam a proteger o ser humano contra possíveis efeitos indesejáveis causados pela radiação ionizante ou ainda como um padrão apropriado de proteção para o homem sem limitar os inegáveis benefícios das aplicações das radiações ionizantes.
O conhecimento e a prática de proteção radiológica é o que possibilita a todos os IOEs (Indivíduos Ocupacionalmente Expostos) retornarem para suas casa após um dia, uma semana, um ano , uma vida de trabalho com a mesma saúde com que possuíam ao iniciarem sua jornada.
Desta forma caros Tecnólogos e Técnicos em Radiologia tenhamos muito apreço por este conhecimento que nos foi ofertado pelos que vieram antes de nós e que não raro pagaram com sua saúde e as vezes com suas vidas para que pudéssemos trabalhar com segurança. Faço este alerta pois ultimamente tenho escutado de alguns de meus alunos quando tem que escolher um tema de monografia, a cause heresia que escolheram falar sobre proteção radiológica, pois na visão destes alunos, seria um tema simples e fácil.
Caros proteção radiológica nunca foi "simples e fácil" e nunca será um tema menor na radiologia. Muito ao contrário sempre foi e sempre será um tema de primeira grandeza e que infelizmente, muitos desconhecem. E este desconhecimento faz com que tenhamos que presenciar situações absurdas em algumas salas de exame ou ainda conviver com alguns profissionais que simplesmente não conseguem diferenciar o é contaminação do que é irradiação e muito menos quais as áreas em que um ou outro pode ocorrer.
Assim companheiros nesta página trataremos de vários conceitos importantes sobre proteção radiológica que tem grande impacto em nosso dia a dia de trabalho.

   Fontes de radiação ionizantes


Durante toda a vida, os seres humanos estão expostos diariamente aos efeitos das radiações ionizantes. Estas radiações podem ser de origem natural ou artificial.
  • Fontes naturais: Materiais existentes em nosso meio ambiente capaz de emitir, naturalmente radiação ionizante.
  • Fontes artificiais: Equipamento ou material, criado ou modificado pelo homem, capaz de emitir radiação ionizante.


As radiações ionizantes naturais existem em qualquer ambiente, pois não há um só lugar isento delas. O nosso organismo se desenvolveu se adaptando aos fatores do nosso meio ambiente e assim sendo desenvolveu os mecanismos de defesa que são necessários para que possamos conviver com estes níveis de radiações naturais sem que tenhamos qualquer problema por isso.


Desta forma as ações de proteção radiológica são concentradas no uso de fontes de radiações artificiais, minimizando os efeitos nocivos que poderiam advir do seu uso e reduzindo ao máximo as doses de radiação ionizante que os IOEs estão sujeitos em sua prática de trabalho.




   Tipos de radiação ionizante


As radiações ionizantes são produzidas por processos de ajuste que ocorrem no núcleo ou nas camadas eletrônicas, ou pela interação de outras radiações ou partículas com o núcleo ou com o átomo.
Um núcleo de átomo excitado, que possui mais energia que a necessária ou possui mais nêutrons que o indispensável, irá expulsar esta energia. Esta emissão caracteriza a radioatividade do átomo.
Os principais tipos de radiações ionizantes para as ações de proteção radiológica são:
  • Raios X: Os elétrons projetados no material alvo do tubo de raios X interagem com a coroa eletrônica ou com o campo nuclear, resultando na conversão de energia cinética dos elétrons em energia térmica (calor) e em radiação eletromagnética ionizante ou raios X;
  • Raios gama ou transição isométrica: Tem por objetivo trazer o núcleo para um estado de menor energia, sem a perda de massa nuclear (próton ou nêutron) como ocorrem com outros processos radioativos;
  • Radiação beta: é o termo usado para descrever elétrons (pósitrons e négatrons) de origem nuclear. Sua emissão constitui um processo comum em núcleos de massa pequena ou intermediária, que possuem excesso de nêutrons ou de prótons em relação à estrutura estável correspondente;
  • Radiação alfa: Átomos pesados com número de prótons e nêutrons elevados podem emitir a partícula alfa (2 prótons e 2 nêutrons – 4 núcleons) e grande quantidade de energia a fim de alcançar uma posição de maior estabilidade nuclear.



As radiações alfa e beta são consideradas radiações diretamente ionizantes pois possuem carga elétrica (partículas alfa e beta), atuam principalmente por meio de seu campo elétrico e transferem sua energia para muitos átomos ao mesmo tempo. Possuem pouco alcance.
As radiações gama e os raios X são consideradas radiações indiretamente ionizantes pois não tem carga elétrica e interagem individualmente com elétrons transferindo sua energia e produzindo ionizações. Possuem grande alcance.


   contaminação x Irradiação



Diferenciar os conceitos de contaminação e irradiação é indispensável para um IOE, pois caso não consiga passará o resto de sua vida profissional acreditando que pode se contaminar em uma sala de radiodiagnóstico.

  • contaminação se caracteriza pela presença de um material radioativo em contato com objeto ou corpo.
  • irradiação é a exposição de um objeto ou de um corpo à radiação. Pode haver irradiação sem existir contaminação.

Assim sendo como não há material radioativo em uma sala de radiodiagnóstico é IMPOSSÍVEL se contaminar, o que ocorre é a irradiação. Para outras áreas da radiologia como medicina nuclear e indústria por exemplo além da irradiação é possível a contaminação, pois há material radioativo.

   Princípios de proteção radiológica


Todas as ações de proteção radiológica são apoiadas em três princípios fundamentais:
  • Justificação da prática: Nenhuma prática ou fonte adscrita a uma prática deve ser autorizada a menos que produza suficiente benefício para o indivíduo exposto ou para a sociedade, de modo a compensar o detrimento que possa ser causado. Deve-se considerar a eficácia, os benefícios e riscos de técnicas alternativas disponíveis com o mesmo objetivo, mas que envolvam menos ou nenhuma exposição a radiações ionizantes.;
  • Otimização da proteção radiológica: Estabelece que as instalações e as práticas devem ser planejadas, implantadas e executadas de modo que a magnitude das doses individuais, o número de pessoas expostas e a probabilidade de exposições acidentais sejam tão baixos quanto razoavelmente exequíveis (Princípio ALARA), levando-se em conta fatores sociais e econômicos, além das restrições de dose aplicáveis;
  • Limitação da dose individual: Os limites de doses individuais são valores de dose efetiva ou de dose equivalente nos órgãos ou tecidos de interesse, estabelecidos para exposição ocupacional e exposição do público decorrentes de práticas autorizadas, cujas magnitudes não devem ser excedidas.



Os valores de dose efetiva se aplicam à soma das doses efetivas, causadas por exposições externas, com as doses efetivas comprometidas (integradas em 50 anos para adultos e até a idade de 70 anos para crianças), causadas por incorporações ocorridas no mesmo ano.
Para mulheres grávidas ocupacionalmente expostas, suas tarefas devem ser controladas de maneira que seja improvável que, a partir da notificação da gravidez, o feto receba dose efetiva superior a 1 mSv durante o resto do período de gestação.
Indivíduos com idade inferior a 18 anos não podem estar sujeitos a exposições ocupacionais.
Os limites de dose estabelecidos não se aplicam a exposições médicas de acompanhantes e voluntários que eventualmente assistem pacientes. As doses devem ser restritas de forma que seja improvável que algum desses acompanhantes ou voluntários receba mais de 5 mSv durante o período de exame diagnóstico ou tratamento do paciente. A dose para crianças em visita a pacientes em que foram administrados materiais radioativos deve ser restrita de forma que seja improvável exceder a 1 mSv.
As doses recebidas por um IOE são analisadas levando em conta uma jornada de trabalho de 50 semanas/ano e uma semana de 40 horas/semanais. Somente em situações definas na legislação (Ex.: radiodiagnóstico) aplica-se  a jornada de 24 horas/semanais.

   procedimentos de proteção radiológica


Procedimentos podem e devem ser adotados nos serviços com uso de radiação ionizante buscando otimizar as doses recebidas pelos IOEs reduzindo as exposições ao menos valor possível nas práticas realizadas.
  • Tempo, distância e blindagem: A redução do tempo de exposição ao mínimo necessário, para uma determinada técnica de exames, é a maneira mais prática para se reduzir a exposição à radiação ionizante e quanto mais distante da fonte de radiação, menor a intensidade do feixe.
  • Sinalização


  • Dosímetros e Equipamentos de Proteção Individual (EPI)





   proteção radiológica em radiodiagnóstico


Na utilização dos raios X nos procedimentos em radiodiagnóstico para atingir o objetivo radiológico, deve-se ter em mente que é o paciente que obtém o benefício do exame. Portanto todo meio de proteção radiológica deve ser utilizado para que as doses, principalmente nos trabalhadores, sejam tão baixas quanto razoavelmente exequíveis.
  • Proteção dos IOE
    • Efetuar rodízio na equipe durante os procedimentos de radiografia em leito e UTI;
    • Utilizar sempre as técnicas adequadas para cada tipo de exame, evitando a necessidade de repetição, reduzindo o efeito sobre ele da radiação espalhada;
    • Informar corretamente ao paciente os procedimentos do exame, evitando a necessidade de repetição;
    • Sempre utilizar acessórios plumbíferos e o dosímetro por fora do avental nos exames em que seja necessário permanecer próximo ao paciente;
    • Utilizar o dosímetro pessoal durante a jornada de trabalho;
    • Posicionar-se atrás do biombo ou na cabine de comando durante a realização do exame;
    • Usando aparelhos móveis de raios X deve-se aplicar, da melhor maneira os conceitos de radioproteção (tempo, blindagem e distância);
    • As portas de acesso de instalações fixas devem ser mantidas fechadas durante as exposições.
  • Proteção dos pacientes
    • Sempre fazer uso de protetor de gônadas e saiote plumbífero em pacientes, exceto quando tais blindagens excluam ou degradem informações diagnósticas importantes;
    • Sempre buscar a repetição mínima de radiografias;
    • Efetuar uma colimação rigorosa à área de interesse do exame;
    • Otimizar seus fatores de técnica (tempo, mA e kV) para uma redução de dose, mantendo a qualidade radiográfica.
  • Prevenção de acidentes
    • Deve-se desenvolver os meios e implementar as ações necessárias para minimizar a contribuição de erros humanos que levem à ocorrência de exposições acidentais.
    • Manter as instalações e seus equipamentos de raios-X nas condições exigidas pela Portaria 453, devendo prover serviço adequado de manutenção periódica;
    • Evitar a realização de exposições médicas desnecessárias;
    • Compensações ou privilégios especiais para indivíduos ocupacionalmente expostos não devem, em hipótese alguma, substituir a observação das medidas de proteção e segurança.
    •  http://www.lucianosantarita.pro.br/ProtRad.html

As Profissoes de Técnico x Tecnólogo em Radiologia

Reportagem especial sobre as profissões de Técnico e Tecnólogo em Radiologia produzida pelo programa TV TST, da TV Justiça.


Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=1OheBEBBgdQ

Webinar sobre US abdominal com utilização de contraste nesta QUINTA 16/06/2016

Webinar sobre US abdominal com utilização de contraste nesta quinta-feira

No dia 16 de junho, às 20h, será realizado o webinar gratuito “Ultrassonografia abdominal com contraste aumentado”, que terá como palestrante a Dra. Stephanie R. Wilson, radiologista do Foothills Medical Centre, em Calgary, no Canadá, professora clínica de Radiologia e Medicina da divisão de Gastrenterologia da Universidade de Calgary, e co-presidente da Sociedade Internacional de Ultrassonografia com Contraste (Icus), entidade responsável pelo curso.
O curso online terá duração de uma hora e será voltado para radiologistas, técnicos de Radiologia, gastrenterologistas, neurologistas, oncologistas e internistas. Abordará as indicações de pacientes para a ultrassonografia abdominal com utilização de contraste ; como o meio de contraste emprega microbolhas cheias de gás para melhorar a visualização de estruturas abdominais; e os benefícios e desvantagens do uso abdominal da Ultrassonografia com utilização de contraste (CEUS).
O objetivo do curso é que o participante esteja mais preparado para descrever as indicações de pacientes e a técnica da ultrassonografia abdominal com contraste aumentado; discutir como a ultrassonografia com agente de contraste melhora a caraterização do nódulo hepático e a visualização da vascularização e das estruturas abdominais; explicar como microbolhas cheias de gás aumentam a refletividade de imagens por ultrassonografia; e traçar as evidências e obstáculos da ultrassonografia com utilização de contraste.
O webinar estará disponível neste link, onde também será possível obter mais informações.

CEUS
A Ultrassonografia com utilização de contraste requer a administração de um agente de contraste por micribolhas e técnicas especializadas de imagem para mostrar o fluxo sensível do sangue e informações de perfusão tecidual.  A CEUS é uma técnica segura e facilmente executada, que não requer radiação ionizante e que não tem riscos de nefrotoxicidade. É utilizada com frequência no Canada, Europa e Ásia.
Para dúvidas relacionadas ao programa, contate o Centro Internacional de Pós-Graduação em Educação Médica (ICPME): information@icpmed.com.

http://cbr.org.br/webinar-sobre-us-abdominal-com-contraste-aumentado-na-semana-que-vem/

Congresso Brasileiro de Radiologia - 2016 - Curitiba (PA)

 


A 46ª edição do Congresso Brasileiro de Radiologia (CBR 16) será realizada de 13 a 15 de outubro de 2016, no Expo Unimed, em Curitiba (PR). O evento nacional do Colégio voltará à capital paranaense após três anos, com a expectativa de repetir e até mesmo superar os resultados de 2013, quando foi realizado no mesmo local.
De acordo com a comissão organizadora, a cidade tem excelentes atributos para sediar o Congresso, como a extensa malha aérea, o centro de convenções adequado em tamanho e estrutura, a rede hoteleira, que vem se expandindo com ótimas opções, além dos pontos turísticos e da gastronomia, bastante difundidos entre os brasileiros.
A programação científica também promete. Já está confirmada a presença da palestrante internacional Dra. Anne G. Osborn, da Universidade de Utah (EUA), uma das maiores especialistas mundiais em Neurorradiologia.
O presidente da Sociedade de Radiologia e Diagnóstico por Imagem do Paraná (SRP), Dr. Oscar Adolfo Fonzar, e o vice-presidente Sul do CBR, Dr. Nelson Martins Schiavinatto, estão muito animados com os preparativos do evento, assim como a Diretoria do Colégio e todos os organizadores.
Reserve a data em sua agenda!


http://cbr.org.br/congresso-brasileiro-de-radiologia-voltara-a-curitiba-em-2016/



CONSULTE OS MELHORES VOOS

http://www.decolar.com/shop/flights/results/roundtrip/NAT/CWB/2016-10-12/2016-10-16/1/0/0?from=SB

Radiologia Convencional

RADIOLOGIA CONVENCIONAL


A radiografia convencional é o processo de obtenção de imagens bidimensionais do corpo humano utilizando feixes de raios X e filme fotográfico. Foi a primeira técnica de radiodiagnóstico desenvolvida depois da descoberta dos raios X por Röentgen, e durante décadas, foi o único método de imagem existente.

Mesmo com o desenvolvimento de diferentes técnicas, como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética, ainda há muitos exames de radiografia convencional que não foram substituídos, por serem mais práticos, mais baratos ou mais úteis em determinados casos.

O equipamento de radiografia é composto pelo tubo de raios X, filtros, colimadores, mesa de altura ajustável, detector (receptor) da imagem, mesa de controle do operador e processadora dos filmes. O receptor da imagem é o filme radiográfico colocado dentro de um chassi (ou cassete) e posicionado sob a mesa de exames ou em um suporte no caso da radiografia feita com o paciente em pé.

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado
http://www.portaleducacao.com.br/medicina/artigos/35840/radiografia-convencional#ixzz4Bg07jHUi

Previna-se Contra o Câncer

AutoexamedeBoca

Previna-se contra o câncer de boca, reduzindo o fumo e o álcool e fazendo uma alimentação rica em frutas, verduras e legumes.
1. Lave bem a boca e remova próteses dentárias, se for o caso. Olhe atentamente a boca, sob luz adequada, e palpe as diversas regiões do céu da boca, língua, lábios e gengiva. Os tabagistas e etilistas devem estar ainda mais atentos e fazer o autoexame com frequência.
2. De frente para o espelho, observe a pele do rosto e do pescoço e examine se há algum sinal que não tenha notado anteriormente. Toque suavemente com as pontas dos dedos todo o rosto e procure por sinais e nódulos até então desconhecidos.
3. Observe também se o seu rosto está com os dois lados do mesmo tamanho.
4. Puxe com os dedos o lábio inferior para baixo, expondo a sua parte interna (mucosa). Em seguida, apalpe todo o lábio. Puxe o lábio superior para cima e repita a palpação. Observe se os lábios estão mais avermelhados ou esbranquiçados em algum ponto.
autoexame de boca
5. Com a ponta do dedo indicador, afaste a bochecha para examinar a sua parte interna. Faça isso nos dois lados.
6. Com a ponta do dedo indicador, percorra toda a gengiva superior e inferior.
7. Introduza o dedo indicador por baixo da língua e o polegar da mesma mão por baixo do queixo e procure palpar todo o assoalho da boca.
8. Incline a cabeça para trás e, abrindo a boca o máximo possível, examine atentamente o céu da boca. Palpe com o dedo indicador todo o céu da boca. Em seguida, diga ÁÁÁÁ... e observe o fundo da garganta.
9. Ponha a língua para fora e observe a parte de cima. Repita a observação com a língua levantada até o céu da boca. Em seguida, puxando a língua para a esquerda, observe o lado esquerdo da mesma. Repita o procedimento para o lado direito.
autoexame de boca
10. Observe se a língua está mais esbranquiçada ou avermelhada em algum ponto ou machucada. Sinta se algum local da língua dói mais do que outros quando você passa o dedo ou escova os dentes.
autoexame de boca
11. Estique a língua para fora, segurando-a com um pedaço de gaze ou pano. Apalpe-a em toda a sua extensão com os dedos indicador e polegar da outra mão.
12. Examine o pescoço. Compare os lados direito e esquerdo e veja se há diferenças entre eles. Depois, apalpe o lado esquerdo do pescoço com a mão direita. Repita o procedimento para o lado direito, palpando com a mão esquerda. Veja se existem caroços ou áreas endurecidas.
autoexame de boca
13. Finalmente, introduza o polegar por debaixo do queixo e apalpe suavemente todo o seu contorno inferior.
O que procurar?
• Mudanças na aparência dos lábios e da porção interna da boca, endurecimentos, caroços, feridas, sangramentos, inchações e áreas dormentes.
• Mudança de coloração.
• Áreas irritadas debaixo de próteses (dentaduras ou pontes móveis).
• Feridas que não cicatrizam em duas semanas.
• Dentes quebrados ou amolecidos.
Recomendações
• Faça o autoexame da boca mensalmente.
• Se notar alguma anormalidade, procure imediatamente um dentista ou um médico especialista (Cirurgião de Cabeça e Pescoço).
• Ao observar alterações na fala e na deglutição, por mais de 15 dias consecutivos, procure orientação médica. 
 
 
 

AutoexamedaPele

A conhecida radiação ultravioleta do tipo B ( mais incidente no sol das 10 às 15 horas), mas também a radiação UVA (presente o dia todo, o ano inteiro e também nas cabines de bronzeamento artificial) são as principais responsáveis pelo desenvolvimento do câncer e envelhecimento precoce da pele. As pessoas de pele, cabelos e olhos claros, possuidoras de muitas pintas e sinais, são as que apresentam maior risco. Cuide-se sempre.
1. Examine a face e a cabeça com a ajuda de um espelho. Examine também o couro cabeludo; se precisar, use um secador de cabelos para observar detalhadamente essa parte do corpo.
autoexame de boca
2.Verifique as unhas e mãos e também os cotovelos, braços, antebraços e axilas.
autoexame de boca
3. Preste atenção na pele do pescoço, tórax e tronco. As mulheres também devem ficar atentas à pele sob as mamas.
autoexame de boca
4. Ainda com a ajuda de um espelho de mão visualize, em um espelho maior, as costas, nuca, ombros, nádegas e pernas.
autoexame de boca
5. Sentado(a), verifique pernas e pés, incluindo a sola e frente dos pés, calcanhares e unhas.
autoexame de boca
6. Com a ajuda de um espelho de mão, verifique a região genital.
autoexame de boca
7. Atente para machucados que não cicatrizam ou sangram com facilidade.
Orientações
• Fique alerta à regra do ABCD para as pintas ou manchas escuras: assimetria, bordas muito irregulares, cores variadas e diâmetro maior do que um centímetro.
• Familiares e profissionais de beleza e estética (cabeleireiros, massagistas, podólogos e manicures) também auxiliam na detecção precoce do câncer de pele, pois notam alterações ou surgimento de manchas ou verrugas.
• Se notar qualquer alteração, procure um médico especialista imediatamente. 
 
 
 

AutoexamedeMamas

Lembre-se de que 80% dos nódulos mamários são benignos e apenas uma pequena porcentagem de secreções está relacionada ao câncer.
No Chuveiro ou Deitada:
autoexame no chuveiro ou deitada
Coloque a mão direita atrás da cabeça. Deslize os dedos indicador, médio e anelar da mão esquerda suavemente em movimentos circulares por toda mama direita. Repita o movimento utilizando a mão direta para examinar a mama esquerda.
 
Diante do Espelho:
autoexame de boca
Inspecione suas mamas com os braços abaixados ao longo do corpo
autoexame de boca
Levante os braços, colocando as mãos na cabeça. Observe se ocorre alguma mudança no contorno das mamas ou no bico
 
Repita a observação, colocando as mãos na cintura e apertando-a. Observe se há qualquer alteração.autoexame de boca
 
 
 
autoexame de boca 
Finalmente, esprema o mamilo delicadamente e observe se sai qualquer secreção. A observação de alterações cutâneas ou no bico do seio, de nódulos ou espessamentos, e de secreções mamárias, não significa necessariamente a existência de câncer. 
 
O que procurar?
• Caroços (nódulos).
• Abaulamentos ou retrações da pele e do complexo aréolo-mamilar (bico do seio).
• Secreções mamilares existentes.
Orientações
• O autoexame permite perceber alterações nas mamas. Frente a qualquer sinal de alarme, procure um mastologista (médico especialista em mamas).
• O autoexame deve ser realizado uma vez a cada mês, na semana seguinte ao término da menstruação. As mulheres que não menstruam devem determinar um dia específico para repetir o autoexame todo o mês.
• O autoexame não é um método diagnóstico e não substitui a visita ao mastologista. A mamografia é o único método de detecção precoce. Portanto peça sempre orientações a um médico especialista.
Importante:
• O autoexame das mamas não substitui a consulta de rotina que deve ser feita ao mastologista.
 
 
 

AutoexamedosTestículos

Todo homem, acima de 15 anos, deve realizar o autoexame dos testículos.
1. Faça o exame logo após o banho morno, porque o calor da água faz a pele da bolsa testicular distender, facilitando a percepção de qualquer anormalidade.
autoexame de boca
2. Em pé, de preferência diante do espelho, separe os testículos com as duas mãos, delicadamente, entre o polegar e o indicador, verificando as seguintes alterações:
autoexame de boca
a. tamanho: os dois testículos devem ter tamanhos iguais ou apresentar uma diferença muito pequena;
b. consistência: os testículos devem estar lisos e soltos na bolsa escrotal. Ao constatar diferença significativa no tamanho ou consistência endurecida, procure um médico urologista.
O que procurar
• Pequeno nódulo unilateral duro e indolor no testículo,
• Testículo aumentado,
• Sensação de peso no testículo ou no escroto.
Importante:
• O autoexame dos testículos não substitui a consulta de rotina que deve ser feita ao médico.
 
 
 

AutoexamedaTireóide

Você só precisa de um copo com água e um espelho com cabo.
1. Segure o espelho e procure no seu pescoço a região logo abaixo do pomo-de-adão (mais conhecido como gogó). Sua tireóide está localizada aí.
autoexame de boca
2. Incline a cabeça para trás, para que o pescoço fique mais exposto e focalize esta região no espelho.
autoexame de boca
3. Beba um gole de água.
autoexame de boca
4. Com o ato de engolir, a tireóide sobe e desce. Observe se existe algum aumento de saliência na tireóide.
Atenção: não confunda a tireóide com o "gogó". Lembre-se de que a glândula está logo abaixo. Repita esse teste várias vezes até ter certeza.
5. Ao notar qualquer alteração, consulte o seu endocrinologista ou cirurgião de Cabeça e Pescoço.
O que procurar
• Um ou mais "caroços" (nódulos).
• Protusões (saliências).
• Assimetria (lado direito diferente do lado esquerdo).
Importante
• Em geral, o nódulo é descoberto pelo paciente no autoexame, podendo ser benigno ou não.
• Os nódulos são mais frequentes em mulheres acima de 35 anos.
• Nódulos de tireóide podem dificultar a respiração, deglutição (engolir) ou tornar a voz rouca. 
 
 
 
Extraído do Site: http://www.ibcc.org.br
 
 

Mitos e Verdade Sobre Câncer de Mama

Desodorante x câncer de mama

O tecido cutâneo (pele) é capaz de absorver substâncias que cairão na corrente sangüínea e causarão efeito no organismo, ou seja, qualquer substância em contato com a pele poderá ser absorvida e agir no organismo. Por isso existem várias medicações que são prescritas por esta via, que é uma alternativa às vias oral, retal e nasal, dentre outras.
Os desodorantes e antitranspirantes, especificamente, têm ação local na superfície da pele e atingem as glândulas sudoríparas e não os tecidos mamários.
Por outro lado, é fato que o quadrante superoexterno da mama registra a maior incidência de câncer de mama; porém, é o que possui a maior quantidade de tecido mamário, o que justifica a maior incidência de câncer de mama no local.
Além disso, devemos salientar que o câncer de mama é originário do tecido mamário e não da pele, o que não permite relacionar cientificamente o uso de desodorantes e/ou antitranspirantes ao surgimento da doença.

Garrafas plásticas e câncer de mama: sem comprovação científica

Mais uma vez circula na internet notícia que envolve a relação do uso e/ou ingestão de algum tipo de produto e sua relação com o desenvolvimento do câncer de mama. Já foi assim com o sutiã e, agora, a tentativa de alerta, especificamente, é sobre as garrafas plásticas de água deixadas no carro, que "são extremamente perigosas", e que teriam sido responsáveis, segundo o que circula na WEB, pelo câncer de mama da cantora norte-americana Sheryl Crow.
Há que se ter muita precaução para assimiliar e passar esta informação, possívelmente equivocada, adiante. E vários são os motivos:
- a questão central não é a garrafa de água deixada no carro. O fato de ela estar ou não no automóvel não faz a menor diferença como causa do câncer de mama;
- desde a década passada existem estudos demonstrando que plásticos utilizados para acondicionar alimentos contêm substâncias que atuam como hormônios femininos (estrogênios), o Bisfenol-A, que pode passar para os alimentos e o meio ambiente;
- o alto consumo de produtos comercializados em garrafas plásticas torna difícil eliminar a ingestão do Bisfenol-A em nosso dia-a-dia;
- não há nenhuma comprovação científica sobre a relação do estrógeno presente nas garrafas plásticas e o desenvolvimento do câncer de mama, apesar das pesquisas que vêm sendo realizadas há quase 10 anos.
Para tentar evitar o surgimento não apenas do câncer de mama, mas de outros tipos de câncer, as mulheres e homens devem estar atentos aos cinco As, que representam a prevenção primária do câncer e outras doenças: 1. Alimentação saudável (rica em fibras e pobre em gordura animal, evitando a ingestão de hormônios naturais e sintéticos); 2. Atividades física e de lazer;
3. Atenção ao corpo, por meio do auto-exame (mama, boca, pele, testículos e tireóide);
4. Abandono de vícios como fumo, álcool e drogas em geral.
5. Acompanhamento médico anual, com realização de exames de imagem (se necessário).
 
 

Sutiã causa câncer de mama?

Até o momento não existe nenhum estudo científico que comprove a relação entre o uso do sutiã e o câncer de mama. Em cerca de 90% dos casos, o câncer é provocado por fatores genéticos herdados ou por substâncias contidas nas células nos tecidos dos órgãos. Além disso, fatores externos também podem levar ao câncer, como o excesso de exposição ao sol, alguns tipos de agentes químicos, o tabagismo, a alimentação inadequada (pobre em fibras e rica em gorduras), o consumo de álcool, a obesidade e o sedentarismo. 

No caso do tumor de mama, alguns fatores, chamados prognósticos, estão envolvidos com a maior probabilidade do desenvolvimento desse tipo de câncer, por exemplo: idade acima de 40 anos, primeira gravidez e menopausa tardias, primeira menstruação precoce, ausência de amamentação, antecedente pessoal de câncer e antecedentes familiares de primeiro grau (mãe, irmã e filha) de câncer de mama.


Extraído do Site: http://www.ibcc.org.br
 

Os Raios X e a Tabela Periódica

Os Raios X e a Tabela Periódica

 

Por volta de 1913, Moseley mediu as freqüências das linhas espectrais dos raios X característicos de cerca de 40 elementos. A partir do gráfico da raiz quadrada da freqüência versus o número atômico Z do elemento, ele obteve uma relação que passou a ser conhecida como lei de Moseley. A repercussão imediata deste resultado foi a alteração da tabela periódica. Esse trabalho de Moseley teve papel importantíssimo na consolidação e aceitação internacional do modelo de Bohr. Na verdade, foi o primeiro dos trabalhos experimentais a confirmar as predições de Bohr. Em carta escrita a Bohr no dia 16 de novembro de 1913, Moseley observa que a sua fórmula poderia ser escrita numa forma idêntica àquela obtida com o modelo de Bohr.
Antes do trabalho de Moseley o número atômico era associado à posição do átomo na tabela periódica de Mendelev, a qual distribuía os elementos de acordo com o seu peso. Moseley mostrou, por exemplo, que o argônio deveria ter Z=18, ao invés de Z=19 (conforme a tabela de Mendelev). Por outro lado, o potássio deveria ter Z=19, ao invés de Z=18. Ele também mostrou que o cobalto deve preceder ao níquel, apesar do peso atômico do Co ser maior do que o do Ni. De acordo com Mendelev, o número atômico era aproximadamente igual à metade do peso atômico. Moseley definiu o peso atômico como igual ao número de elétrons do átomo eletricamente neutro.
Comparando-se as expressões obtidas por Moseley com a fórmula de Balmer-Rydberg deduzida por Bohr, vê-se que elas diferem pela presença de uma constante subtrativa ao valor de Z. Moseley explicou-a como sendo devido ao efeito de blindagem da carga nuclear pelos elétrons orbitais mais intensos.
A lei de Moseley apresentava resultados bastante diferentes daqueles do paradigma científico vigente. Através dela Moseley deduziu que entre o hidrogênio e o urânio, deveria haver exatamente 92 tipos de átomos, cujas propriedades químicas eram governadas por Z, e não pelo peso atômico. Isto significava dizer que a tabela periódica devia seguir a ordem crescente do número atômico e não a do peso atômico. Obedecida essa seqüência, alguns lugares daquela tabela ficaram vagos, os correspondentes a Z = 43, 61, 75, 85 e 87. Por essa época, havia uma grande polêmica entre os químicos a respeito do número exato de terras raras; discutia-se se estas iam de Z=58 a Z=71 ou a Z=72.
O grande estudioso das terras raras era Georges Urbain, sendo ele inclusive o descobridor de uma delas, o lutécio (Z=71), em 1907. Em 1911, Urbain pensou ter isolado uma outra terra rara, com Z=72, a que chamou de céltio. No entanto, os métodos químicos de análise até então usados eram complicados e incertos. Ao ouvir falar, em 1914, do método de Moseley, Urbain deslocou-se da França para a Inglaterra, levando amostras de terras raras, inclusive uma do provável céltio. Em poucas horas Moseley as examinou e as classificou sem, no entanto, confirmar o céltio. A amostra deste, observou Moseley, nada mais era do que uma mistura de terras raras conhecidas. Urbain ficou tão impressionado com o trabalho de Moseley que resolveu divulgá-lo no comunidade dos químicos. Apesar dessa postura, Urbain continuou acreditando ser o elemento Z=72 uma terra rara, e prosseguiu em sua busca. Essa crença foi fortemente renovada quando em maio de 1922, Alexandre Dauvillier anunciou ter isolado o céltio, através de uma análise do espectro de raios-X do tipo L de amostras contendo as terras raras ytérbio (Z=70) e lutécio. Essa notícia foi tão fantástica que chegou a impressionar Rutherford, pois desde 1914 ele acompanhava com grande interesse a polêmica sobre ser ou não ser uma terra rara, o elemento 72. Convicto de que essa polêmica havia encerrado, Rutherford escreveu uma carta à Nature (17/6/1922) na qual dizia que um dos lugares vagos da tabela periódica de Moseley acabara de ser preenchido.
Os físicos dinamarqueses, com base no modelo de Bohr, afirmavam que o elemento 72 devia ser um metal similar ao zircônio. O próprio Bohr fizera esta afirmação em sua sexta "lecture" Wolfskehl, ministrada em Göttingen, no dia 21 de junho de 1922. Ao ler a carta de Rutherford, na Nature do dia 17, Bohr chegou a pensar que sua afirmativa estava errada, tanto que manifestou essa opinião em carta enviada a James Franck em 15 de julho do mesmo ano. No entanto, ao saber que Dirk Coster, um especialista em espectroscopia de raios-X, não concordava com a interpretação de Dauvillier, Bohr resolveu convidá-lo a trabalhar em Copenhague para que, juntamente com von Hevesy, os três pudessem dirimir tão polêmica questão. Coster chegou em Copenhague em setembro, iniciando imediatamente a busca do elemento 72 em minérios de zircônio. No dia 11 de dezembro, poucos minutos antes de proferir sua "Nobel lecture", Bohr recebeu um telefonema de Coster dando conta de resultados positivos. No final da sua "aula Nobel", Bohr anunciou a importante descoberta. No volume 111 de Nature (20/01/1923), em carta assinada por Coster e von Hevesy, o mundo científico fica sabendo da descoberta do háfnio, o elemento com número atômico 72. O nome foi dado em homenagem a Copenhague, que em latim significa hafniae. Segundo Mehra e Rechenberg, essa descoberta constituiu-se no maior triunfo de Niels Bohr.
Com relação aos elementos previstos por Moseley, é oportuno salientar que o elemento 75, o rénio, foi descoberto em 1925, pelo casal Noddack. O elemento 87, descoberto em 1939, por Marguerite Perey, recebeu o nome de frâncio e pertence a uma família radioativa natural. Os demais elementos (43, 61 e 85) foram obtidos artificialmente. Sendo suas vidas-médias muito curtas, esses elementos não podiam ser naturalmente produzidos, ou pelo menos observados.




Extraído do site: http://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/fismod/mod06/m_s01.html

A Descoberta dos Raios X

A Descoberta dos Raios X

 

Introdução

No fim da tarde de 8 de novembro de 1895, quando todos haviam encerrado a jornada de trabalho, o físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen (1845-1923) continuava no seu pequeno laboratório, sob os olhares atentos do seu servente. Enquanto Roentgen, naquela sala escura, se ocupava com a observação da condução de eletricidade através de um tubo de Crookes, o servente, em alto estado de excitação, chamou-lhe a atenção: "Professor, olhe a tela!".
Nas proximidades do tubo de vácuo havia uma tela coberta com platinocianeto de bário, sobre a qual projetava-se uma inesperada luminosidade, resultante da fluorescência do material. Roentgen girou a tela, de modo que a face sem o material fluorescente ficasse de frente para o tubo de Crookes; ainda assim ele observou a fluorescência. Foi então que resolveu colocar sua mão na frente do tubo, vendo seus ossos projetados na tela. Roentgen observava, pela primeira vez, aquilo que passou a ser denominado raios X.
O parágrafo acima pode ser uma dramatização do que de fato ocorreu naquele dia, mas o fato que a história registra é que esta fantástica descoberta teve estrondosa repercussão, não apenas na comunidade científica, como também nos meios de comunicação de massa. Por exemplo, em 1896, menos de um ano após a descoberta, aproximadamente 49 livros e panfletos e 1.000 artigos já haviam sido publicados sobre o assunto. Um levantamento feito por Jauncey no jornal norte-americano St. Louis Post-Dispatch, mostra que, entre 7 de janeiro e 16 de março de 1896, quatorze notas foram publicadas sobre a descoberta e outros estudos relacionados.
Todavia, as mais conhecidas referências a essa descoberta tendem a minimizar o mérito do seu autor, enfatizando o aspecto fortuito da observação. Essa visão distorcida que se tem do trabalho de Roentgen só é eliminada quando se toma conhecimento dos seus relatos. Com 50 anos de idade na época da descoberta dos raios X, e menos de 50 trabalhos publicados, Roentgen tinha como temas prediletos as propriedades físicas dos cristais e a física aplicada (em 1878 apresentou um alarme para telefone, e em 1879, um barômetro aneróide). Sobre os raios X publicou apenas três trabalhos, e ao final da sua vida não chegou a ultrapassar a marca dos 60. Para um detentor do Prêmio Nobel de Física, esta é uma quantidade relativamente inexpressiva. Essa "pequena" produção talvez seja conseqüência do seu rigoroso critério de avaliação dos resultados obtidos. Pelo que se sabe, ele era tão cuidadoso, que jamais teve de revisar os resultados publicados. Lendo seus dois primeiros artigos sobre os raios X, percebe-se a acuidade do seu trabalho.
Além da inegável importância na medicina, na tecnologia e na pesquisa científica atual, a descoberta dos raios X tem uma história repleta de fatos curiosos e interessantes, e que demonstram a enorme perspicácia de Roentgen. Por exemplo, Crookes chegou a queixar-se da fábrica de insumos fotográficos Ilford, por lhe enviar papéis "velados". Esses papéis, protegidos contra a luz, eram geralmente colocados próximos aos seus tubos de raios catódicos, e os raios X ali produzidos (ainda não descobertos) os velavam. Outros físicos observaram esse "fenômeno" dos papéis velados, mas jamais o relacionaram com o fato de estarem próximos aos tubos de raios catódicos! Mais curioso e intrigante é o fato de que Lenard "tropeçou" nos raios X antes de Roentgen, mas não percebeu. Assim, parece que não foi apenas o acaso que favoreceu Roentgen; a descoberta dos raios X estava "caindo de madura", mas precisava de alguém suficientemente sutil para identificar seu aspecto iconoclástico. Para entender porquê, é necessário acompanhar a história dos raios catódicos.
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Raios Catódicos e Raios Lenard versus Raios X

Em 1838, Faraday realizou uma série de experimentos com descargas elétricas em gases rarefeitos, ligando definitivamente seu nome à descoberta dos raios catódicos. Todavia, devido às dificuldades técnicas com a produção de vácuo de boa qualidade, esses trabalhos só tiveram novo impulso vinte anos depois. Essa nova fase, iniciada por volta de 1858, pelo físico alemão Julius Plücker (1801-1868), produziu resultados que desafiaram a inteligência humana durante quase quarenta anos, até que um bom entendimento do fenômeno fosse obtido. A denominação raios catódicos (Kathodenstrahlen) foi introduzida pelo físico alemão Eugen Goldstein (1850-1931), em 1876, ocasião em que ele apresentou a interpretação de que esses raios eram ondas no éter. Uma interpretação contrária, defendida pelos ingleses, também chamava a atenção do mundo científico da época. Para Crookes, os raios catódicos eram moléculas carregadas, as quais constituiam o quarto estado da matéria (essa denominação é hoje usada quando nos referimos ao plasma, que é exatamente o que se tem quando se produz uma descarga elétrica num gás rarefeito!). Em 1897, Thomson encerrou a polêmica, demonstrando que os raios catódicos eram elétrons. Ao longo desses 40 anos, diversas observações, comentários e hipóteses sugerem que vários pesquisadores andaram "rondando a porta da descoberta dos raios X". Anderson relaciona algumas dessas indicações; nos seus dois primeiros trabalhos, Roentgen se refere às possibilidades que Lenard teve de fazer a descoberta.
Num artigo publicado em 1880, Goldstein menciona que uma tela fluorescente podia ser excitada, mesmo quando protegida dos raios catódicos. Publicado em alemão e em inglês, este trabalho deve ter chegado ao conhecimento de quase todos os pesquisadores envolvidos nesses estudos, no entanto, nos quinze anos seguintes ninguém questionou o fato de que a tela fluorescia, mesmo sem ser atingida pelos raios catódicos! Também Thomson chegou perto; um ano antes da descoberta dos raios X, ele relatou que havia observado fosforescência em peças de vidro colocadas a vários centímetros de distância do tubo de vácuo.
Entre todos os pesquisadores, Lenard parece ter sido aquele que mais se aproximou da descoberta de Roentgen. Dando continuidade aos trabalhos do seu professor, Heinrich Hertz, Lenard realizou experiências para verificar se os raios catódicos produzidos no interior de um tubo de Crookes poderiam ser observados no exterior. Para tanto, construiu um tubo de Crookes com uma pequena janela de alumínio (espessura de aproximadamente 0,0025 mm) no lado oposto ao catodo, e passou a observar os raios catódicos fora do tubo, através da sua interação com materiais fosforescentes. Posteriormente esses raios ficaram conhecidos como raios Lenard. Em 1894 Lenard publica, na revista alemã Annalen der Physik, suas primeiras observações, entre as quais destacam-se:
    1. Os raios Lenard sensibilizavam uma chapa fotográfica.
    2. Um disco de alumínio eletricamente carregado descarregava-se quando era colocado no trajeto desss raios, mesmo quando este disco era colocado a uma distância superior a 8 cm (o alcance máximo dos raios catódicos no ar). Quando a mão era colocada na frente do feixe, o efeito de descarga elétrica desaparecia. Comentando esses resultados, Lenard escreveu: "Não se pode afirmar se estamos observando uma ação dos raios catódicos sobre a superfície da janela de alumínio, ou sobre o ar, ou finalmente sobre o disco carregado! Todavia, a última ação é bastante improvável a grandes distâncias da janela".
    3. Os raios eram defletidos continuamente por um campo magnético; isto é, alguns raios eram defletidos mais do que outros, e existiam alguns que não se defletiam!
De tudo que se sabe hoje, conclui-se que os raios Lenard eram constituídos de raios catódicos (elétrons) e de raios X, mas ele acreditava que eram apenas raios catódicos! Bastava que ele tivesse usado uma janela de alumínio bastante espessa, de tal modo que os elétrons não pudessem atravessá-la, para ter um feixe de raios X!. De acordo com Anderson, Lenard ficou profundamente desapontado por ter deixado escapar essa descoberta, e jamais usou o nome de Roentgen quando se referia aos raios X.

O fortuito 8 de novembro de 1895

Na última década do século passado, as pesquisas sobre os raios catódicos constituíam o tema mais efervescente em toda a Europa, de modo que parece natural o desejo de Roentgen, então diretor do Instituto de Física da Universidade de Würzburg, de repetir algumas das experiências divulgadas. De acordo com Fuchs e Romer, os experimentos de Roentgen tiveram início em 1894, mas quase toda a literatura histórica dá conta de que esses trabalhos iniciaram em 1895. Mais adiante discutiremos esse pequeno mistério. Apresentaremos aqui o que se sabe dos fatos ocorridos a partir daquela sexta-feira, 8 de novembro de 1895.
A literatura sobre a evolução dos fatos apresenta algumas controvérsias, mas uma coisa parece certa: Roentgen não trabalhou com os raios X mais do que 3 anos. Além disso, em menos de 8 semanas ele descobriu praticamente todas as propriedades fundamentais desses, escreveu três trabalhos sobre o assunto, e já em 1897 estava de volta aos seus temas favoritos, abandonando um assunto de tanta fertilidade, que proporcionou a obtenção do Prêmio Nobel de Física, não apenas a ele (1901), como também a Lenard (1905), Thomson (1906), Laue (1914), W.H. Bragg e W.L. Bragg (1915), Barkla (1917) e Siegbahn.(1924).
Numa carta enviada em fevereiro de 1896 ao seu grande amigo Ludwig Zehnder, Roentgen diz que, durante os experimentos, não falou a ninguém sobre o seu trabalho, exceto à sua esposa. Assim, o parágrafo que inicia o presente artigo, extraído de um relato de Manes, pode ser falso; ele foi usado aqui como força de expressão dramática. O que se sabe é que em 28 de dezembro de 1895 Roentgen encaminhou ao presidente da Sociedade de Física e Medicina de Würzburg (SFMW) um manuscrito, intitulado "Sobre um novo tipo de raios" ("On a new kind of rays", ou, em alemão, "Ueber eine neue art von strahlen"), que ele considera como uma "comunicação preliminar". Pela profundidade e concisão com que os resultados são apresentados, não surpreende que este tenha sido o mais importante dos três trabalhos publicados por Roentgen. Em 9 de março de 1896 ele envia, à mesma sociedade, sua segunda comunicação, com o mesmo título da primeira. Em seu artigo, Watson transcreve essas duas comunicações; as versões originais, em alemão, e as traduções, em inglês. Segundo Jauncey, o terceiro artigo é datado de 10 de março de 1897. Na edição de 23 de janeiro de 1896, Nature publica uma versão inglesa da primeira comunicação, sendo imediatamente reproduzida em Science, Scientific American Supplement, Journal of the Franklin Institute e na revista popular Review of Reviews (semelhante a Reader’s Digest). A revista alemã Annalen der Physik, em sua edição de 1o de janeiro de 1898, reproduz os três artigos. Cópias do primeiro trabalho, com a radiografia de uma mão, foram enviadas, entre o final de dezembro e o início de janeiro, aos principais cientistas da Europa, que assim tomaram conhecimento da grande descoberta, uma vez que os anais da SFMW tinham circulação bastante limitada, praticamente local.
Roentgen recebeu inúmeros convites para conferências, mas parece que declinou de todas, excepto uma, apresentada na SFMW, em 23 de janeiro de 1896, na qual obteve enorme sucesso, apesar da sua reconhecida timidez. Nessa conferência, ele tirou várias radiografias, inclusive uma que ficou famosa, da mão do grande anatomista, professor da Universidade de Würzburg, A. von Kölliker. A cada radiografia que ele conseguia, a audiência reagia com entusiasmo e estrondoso aplauso.

As duas primeiras comunicações

As duas primeiras comunicações de Roentgen, que ele considerava como uma única, são belos exemplos de objetividade e concisão, sem deixar de lado a profundidade que o tema requer. Impressiona a quantidade de dados obtidos em tão pouco tempo, mas frustra a expectativa do leitor interessado na heurística da investigação e na montagem do equipamento; não há qualquer informação detalhada nesse sentido. Ele informa que usou uma grande bobina de Ruhmkorff, mas não especifica que tipo de tubo de vácuo usou; mais adiante discutiremos essa questão.
Os resultados são apresentados em 21 tópicos, muitos dos quais contendo um único parágrafo, ao longo dos quais Roentgen discute praticamente todas as propriedades fundamentais dos raios X. Na ordem em que aparecem nas comunicações, são as seguintes essas propriedades. Em primeiro lugar, os raios podem ser detectados através de cintilações numa tela fosforescente, ou de impressões numa chapa fotográfica. Diferentemente dos raios catódicos, os raios X podem ser observados mesmo quando a tela é colocada a uma distância de aproximadamente dois metros do tubo de vácuo (os raios catódicos não ultrapassam mais do que oito centímetros no ar). Roentgen testa a transparência de uma quantidade enorme de materias, verificando que duas propriedades são importantes: a densidade do material e a espessura; quanto mais denso e mais espesso, menos transparente. Depois de testar a transparência, Roentgen investiga efeitos de refração e de reflexão. Não observa nem um nem outro, embora tenha ficado em dúvida quanto à reflexão. Tenta defletir os raios X com o auxílio de uma campo magnético, mas não consegue, e aqui estabelece uma das fundamentais diferenças, do ponto de vista experimental, entre os raios X e os raios catódicos, pois estes são facilmente defletidos por uma campo magnético.
No tópico 12 ele discute uma das questões mais fundamentais para a identificação dos raios X. Ele conclui que esses raios são produzidos pelos raios catódicos na parede de vidro do tubo de descarga! Na seqüência ele informa que observou raios X produzidos pelo choque de raios catódicos numa chapa de alumínio, e promete testar outros materiais. Um ano depois, em 17 de dezembro de 1896, o físico inglês Sir George Stokes demonstrou que os raios X são produzidos pela desaceleração de partículas carregadas, um fenômeno que ocorre quando, por exemplo, elétrons com alta energia penetram num material pesado! Ou, na linguagem da época, quando os raios catódicos penetram num material pesado!
No tópico 17, que encerra a primeira comunicação, ele discute a natureza dos raios X. Obviamente descarta a identidade com os raios catódicos. Sugere que poderia ser algo como a luz ultravioleta, devido aos efeitos fluorescentes e à impressão de chapas fotográficas, mas no cotejamento de outras propriedades chega à conclusão de que os raios X não podem ser da mesma natureza da luz ultravioleta usual. Finaliza o artigo sugerindo que os raios X poderiam ser vibrações longitudinais no éter. Como se sabe, essa hipótese era usada pelos alemães (Goldstein, Hertz, Lenard, e outros) para explicar os raios catódicos.
No início da segunda comunicação, tópico 18, Roentgen examina a questão do efeito dos raios X sobre os corpos eletrizados, fazendo referência aos resultados publicados por Lenard. De imediato sugere que os efeitos atribuídos por Lenard aos raios catódicos, eram, de fato, devidos aos raios X produzidos na janela de alumínio do seu tubo de vácuo. (Lenard estava com os raios X ali, na sua frente, e não sabia!)
Nos tópicos finais, 19, 20 e 21, discute questões de ordem prática: operação da bobina de indução, manutenção do vácuo e diferença entre alumínio e platina, no que concerne à intensidade do feixe produzido.

O que mais, além do acaso?

Para se entender a descoberta dos raios X como fruto de um planejado trabalho científico, muito mais do que um evento fortuito, seria necessário o conhecimento da heurística que orientou o planejamento da pesquisa. Infelizmente, Roentgen não dá qualquer esclarecimento sobre essa heurística. Como vimos acima, seus relatos descrevem objetivamente os resultados obtidos, sem grandes elocubrações ou conjecturas teóricas. Ao historiador resta a alternativa de especular, a partir de fatos conhecidos, na tentativa de montar um esquema racional plausível para a grande descoberta. Duas dúvidas jamais foram esclarecidas na literatura:
    1. Teria Roentgen usado vários tipos de tubos de vácuo? Se as informações de Fuchs e Romer estão corretas, por que Roentgen substituiu o tubo de Lenard por um tubo convencional (Hittorf ou Crookes)?
    2. Por que envolver o tubo com uma cartolina preta?
Numa entrevista concedida ao jornalista Dam, em janeiro de 1896, Roentgen informa que estava usando um tubo de Crookes no momento da descoberta (8 de novembro de 1895). Numa carta enviada a Zehnder (fevereiro de 1896), ele diz que usou uma bobina de Ruhmkorff 50/20 centímetros, com interruptor Deprez, e aproximadamente 20 amperes de corrente primária. O sistema é evacuado com uma bomba Raps, ao longo de vários dias. Os melhores resultados são obtidos quando os eletrodos da descarga estão afastados por uma distância de aproximadamente 3 cm. Mais uma vez, não especifica o tipo de tubo usado; diz apenas que o fenômeno pode ser observado em qualquer tipo de tubo de vácuo, inclusive em lâmpadas incandescentes.
Que Roentgen descobriu os raios X por acaso, parece não haver dúvida. De que outra forma algo tão inesperado poderia ser descoberto? Agora, sobre o que não se tem certeza é qual foi o acidente que proporcionou a descoberta, e em que momento ele ocorreu. É difícil de imaginar que no primeiro arranjo experimental Roentgen tenha envolvido o tubo com a cartolina. O que ele esperava ver atravessando a cartolina preta, senão raios X? Como é possível, em menos de dois meses, alguém abordar aquela enorme quantidade de aspectos fundamentais de um fenômeno desconhecido, por mais genial que seja? Por outro lado, se o "verdadeiro" momento da descoberta não é o 8 de novembro, qual a razão para Roentgen fazer-nos crer que esta é a data correta?
Puro acidente ou não, o fato é que a repercussão da descoberta foi de tal ordem que, com muita justiça, o primeiro Prêmio Nobel de Física (1901) foi concedido a Roentgen.

A repercussão imediata

Em termos de repercussão imediata, a descoberta dos raios X parece ser um caso único na história da ciência. A observação do eclipse solar de 1919, que comprovou parte da teoria da relatividade geral de Einstein, é um rival de respeito quando se considera a repercussão na imprensa, mas não chega a competir, nem de leve, quando se considera a repercussão no meio científico (A recente descoberta das cerâmicas supercondutores também teve forte impacto na imprensa e na comunidade científica, mas não temos conhecimento quantitativo desse impacto). As notáveis aplicações na medicina foram imediatamente percebidas pelo próprio Roentgen, que fez uma radiografia da sua mão. Pesquisadores em todo o mundo passaram a repetir a experiência de Roentgen, não apenas na tentativa de descobrir novas aplicações, como também com o objetivo de compreender o fenômeno, uma tarefa que desafiou a inteligência humano ao longo de quase três décadas.
A primeira grande questão referia-se à natureza da radiação. Aliás, o levantamento do noticiário feito por Jauncey mostrou a confusão que se fazia entre raios X e raios catódicos. Não apenas os jornais usavam indistintamente esses dois termos, mas também alguns físicos. É importante salientar que a descoberta de que os raios catódicos eram elétrons foi feita por Thomson dois anos após a descoberta de Roentgen. Mesmo os cientistas que não confundiam raios catódicos com raios X, não sabiam do que se tratava essa coisa descoberta por Roentgen. Existiam duas escolas de pensamento. Uma, à qual pertenciam os ingleses Thomson e Stokes, acreditava que os raios X eram vibrações transversais no éter, da mesma forma como a luz ordinária. A outra escola, à qual pertencia o alemão Lenard, defendia que os raios X eram vibrações longitudinais no éter. Depois de extensivos experimentos, a polêmica foi decidida favoravelmente à escola inglesa.
Quando, em 1905, Einstein propôs a idéia do fóton de energia, um conceito que admitia um caráter corpuscular para a luz, foi possível calcular o comprimento de onda associado aos raios X, mas evidências experimentais do caráter corpuscular só surgiram com os trabalhos de Bragg, depois de 1908. Por volta de 1912 mais confusão veio à tona. Naquele ano, Laue e seus estudantes W. Friedrich e P. Knipping descobriram a difração dos raios X em cristais de sulfeto de zinco (ZnS), uma experiência definitiva para o estabelecimento do caráter ondulatório dos raios X. A confusão causada por essa dualidade só foi resolvida com os trabalhos de de Broglie, a partir de 1923. Portanto, a visão que se tem hoje dos raios X, é que eles pertencem ao espectro eletromagnético, e como tal apresentam a dualidade partícula-onda: dependendo das circunstâncias, evidenciam propriedades corpusculares ou ondulatórias. Ao espectro eletromagnético pertencem a luz visível, as ondas de rádio, o ultravioleta, o infravermelho e as radiações gama. Fundamentalmente, o que diferencia uma radiação de outra é o comprimento de onda. Para se ter uma idéia, o comprimento de onda da luz visível é mil vezes maior do que o dos raios X.
Além desse enorme interesse despertado na comunidade científica, é interessante avaliar o interesse despertado na comunidade leiga, que muito contribuiu para a criação de um folclore em torno do fenômeno. A título de ilustração, vejamos algumas das mais pitorescas notícias publicadas pelo jornal norte-americano St. Louis Post-Dispatch. No dia 11 de fevereiro de 1896, saiu uma nota dando conta de uma invenção de um professor de Perugia (Itália), que permitia ao olho humano ver os raios X. No dia 13 de fevereiro, o jornal informava que Roentgen havia iluminado seu cérebro e visto sua pulsação. No dia seguinte, uma matéria relatava a opinião defendida por alguns cientistas, segunda a qual a descoberta de Roentgen poderia estabelecer novas teorias sobre a criação do mundo.
Outras notícias extravagantes são relatadas no artigo de Jaucey. Em um jornal não identificado, uma matéria alertava para a vulnerabilidade a que todos estavam sujeitos depois da descoberta dos raios X. Qualquer um armado com um tubo de vácuo, dizia o jornal, podia ter uma visão completa do interior de uma residência. Outras notícias sugeriam aplicações fantásticas para os raios X, como a de ressucitar pessoas eletrocutadas. Um famoso engenheiro eletricista, defendendo a hipótese de que os raios X ou os raios catódicos eram ondas de som, afirmava ter ouvido a emissão desses raios. Outro engenheiro eletricista fez tentativas para fotografar o cérebro humano, mas não obteve sucesso.
O caráter sensacionalista que o assunto estava despertando, motivou o New York Times a alertar, em 15 de março de 1896: "Sempre que algo extraordinário é descoberto, uma multidão de escritores apodera-se do tema e, não conhecendo os princípios científicos envolvidos, mas levados pelas tendências sensacionalistas, fazem conjecturas que não apenas ultrapassam o entendimento que se tem do fenômeno, como também em muitos casos transcendem os limites das possibilidades. Este tem sido o destino dos raios X de Roentgen".
Essa enorme curiosidade levou muita gente a correr sérios riscos de saúde ao realizar suas tentativas de novas aplicações dos raios X. No dia 29 de março de 1896, o jornal St. Louis Globe-Democrat fazia o primeiro alerta público sobre o perigo dos raios X para os olhos. A propósito, há uma história, aparentemente folclórica, segunda a qual uma sapataria de Nova York tinha como grande apelo mercadológico o fato de que os sapatos sob encomenda eram testados com o auxílio dos raios X!

Como os raios X são produzidos

Nas suas publicações Roentgen não especifica o tipo de equipamento utilizado, mas não é difícil imaginar os possíveis componentes do seu arranjo experimental: uma bateria de corrente contínua, uma bobina de indução, um tubo de vácuo e uma bomba de vácuo. Incrementados por fantásticos desenvolvimentos tecnológicos, e recebendo diferentes denominações, esses componentes continuam em uso na moderna pesquisa científica. Na época de Roentgen, eles eram conhecidos pelos nomes dos seus descobridores. Assim, as principais baterias eram as de Volta (inventada em 1800) e as de Bunsen (1843). Entre as bobinas de indução, as de Ruhmkorff (1851) eram as mais famosas.
No que se refere à utilização do vácuo, a primeira experiência que se tem notícia foi realizada pelo italiano Gasparo Berti, por volta de 1640. A partir desses experimentos, passando pelo barômetro de Torriceli (1644) e pela primeira bomba de vácuo construída por Guericke (1650), chegamos às diversas bombas disponíveis no final do século passado, entre as quais destacam-se: a bomba de pistão-duplo de Hauksbee (1709), as bombas de mercúrio de Geissler (1855), de Toepler (1862) e de Sprengel (1873), e a bomba de óleo de Fluess (1892). Na carta enviado a Zehnder, Roentgen informa que usou uma bomba Raps, cuja descrição não se encontra na literatura pertinente.
A elaboração de tubos de vácuo para observação de descarga elétrica teve início com os trabalhos de William Morgan, por volta de 1785, e consistência experimental com os resultados obtidos por Faraday, por volta de 1833. Todavia, foi somente depois dos desenvolvimentos das bombas de vácuo, ocorridos depois de 1850, que as pesquisas sobre descargas elétricas em gases rarefeitos tiveram considerável impulso. Em conseqüência, os tubos de vácuo mais conhecidos levam os nomes dos pesquisadores dessa época. Destacam-se os tubos de: Geissler, Pluecker, Hittorf, Crookes e Lenard.
A título de recuperação histórica, apresentaremos breves descrições dos possíveis equipamentos utilizados por Roentgen.
A bobina de Ruhmkorff, funcionando segundo o princípio do transformador de corrente, é capaz de produzir altas voltagens. Ela contém duas bobinas enroladas em um núcleo de ferro, e isoladas entre si. A bobina interna (primária) é feita com um fio relativamente curto (de 30 a 50 metros), enquanto a externa (secundária) é feita com um fio muito longo (centenas de quilômetros). Para o funcionamento do equipamento, usa-se uma baterial de corrente contínua (p. ex. bateria de Volta) para fornecer uma determinada voltagem à bobina primária. Quando a corrente é subitamente interrompida, uma voltagem maior é induzida na bobina secundária. O fator de transformação da voltagem é proporcional à razão dos comprimentos dos fios. As bobinas utilizadas no final do século passado produziam tensões de milhares de volts A interrupção da corrente pode ser realizada, por exemplo, com o auxílio de um interruptor usado nas transmissões telegráficas de código Morse. As potências dessas bobinas, medidas pelo comprimento da centelha que elas produziam, serviam para classificar os laboratórios da época. Para se ter uma idéia da ordem de grandeza, a Royal Institution of London preserva uma grande bobina de Ruhmkorff com 280 milhas de fio na bobina secundária, e capaz de produzir centelhas com 42 polegadas de comprimento.
Parece certo que o primeiro tubo de vácuo utilizado por Roentgen foi um tubo de Lenard, mas, aparentemente, ele comprou outros tubos de raios catódicos convencionais. A diferença essencial entre um e outro tipo de tubo, é que o de Lenard possui uma janela de alumínio, projetada para permitir o estudo dos raios catódicos no seu exterior. Confeccionados em vidro, esses tubos possuíam apenas dois eletrodos no seu interior. Com o uso cada vez mais freqüente dos raios X, outros tubos passaram a ser construídos. Até 1913, o mais usado era o tubo de focalização, mas logo depois passou a ter larga aceitação o tubo de Coolidge, um modelo ainda usado nos dias atuais.
Do que se sabe, podemos imaginar o seguinte procedimento adotado por Roentgen: os terminais da bobina de Ruhmkorff foram ligados aos eletrodos do tubo de vácuo; com a manipulação de um interruptor do tipo telégrafo alta voltagem era produzida entre os terminais; o choque do feixe de raios catódicos (elétrons) com o anodo (eletrodo positivo) produzia os raios X. Na essência, o procedimento utilizado atualmente é o mesmo. Costuma-se distinguir dois tipos de raios X produzidos nesse processo (veja detalhes no texto sobre os. Um deles constitui o espectro contínuo, bremsstrahlung em alemão, e resulta da desaceleração do elétron durante a penetração no anodo. O outro tipo é o raio X característico do material do anodo. Assim, cada espectro de raios X é a superposição de um espectro contínuo e de uma série de linhas espectrais características do anodo.


Extraído do site: http://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/fismod/mod06/m_s01.html 
 

domingo, 12 de junho de 2016

5 Coisas Que Você Precisa Saber Antes de Começar o seu TCC de Radiologia!

Como Fazer Um TCC de Radiologia de Qualidade Sem Desespero 

 

O TCC, Trabalho de Conclusão de Curso, em algumas instuições chamado de Monongrafia, é o trabalho final de um curso de formação, sendo mais comum nas universidades, porém, muitos cursos técnicos também adotam. Este é um trabalho diferenciado, requer mais tempo para o desenvolvimento, mais pesquisas e trabalho de um modo geral. Nas universidades é um disciplina, isso significa que se você não for bem no seu TCC, você é reprovado e terá que fazer outro TCC no próximo semestre (o terror de todos). 


Com tamanha responsabilidade, é comum o estudante ficar tenso no período de TCC, perder a fome e o sono, principalmente se a avaliação do TCC precisar de apresentação escrita e oral para uma banca avaliadora. Neste formato, o estudante apresenta o seu trabalho para a turma e mais 4 ou 5 profissionais, professores (de vez em quando doutores). No final da apresentação, recebe uma chuva de perguntas sobre o trabalho que você deu literalmente a sua vida (social) para desenvolver. Se você está fazendo ou irá fazer TCC, estas dicas podem te ajudar nos momentos de mais tensão da sua vida acadêmica.  

Coisas Que Você Precisa Saber Antes de Começar o seu TCC 

#1 - Keep Calm And... o TCC vai Dar Certo


É muito comum ficar tenso na hora do TCC, seja na escolha do tema, na escolha do orientador, na escolha do seu grupo, qualquer decisão sobre o trabalho, pode gerar conflitos. Isto é muito normal, nestes momentos tenha calma, não irá solucionar problemas se estiver de cabeça quente. Qualquer problema no TCC representa atraso para entregar, então o melhor a fazer é manter a calma antes de tudo. 

#2 - Escolha do Orientador e do Tema


Uma das falhas mais comuns na escolha do tema, é o estudante ou o grupo escolher um tema que não tenham afinidade. Se você gosta de radioterapia e tem uma base sobre o tema, não tem porque escolher radiologia forense só porque acha mais bonito mesmo que não saiba nada sobre o assunto. Isto é um erro comum, então escolha um tema que todos tenha afinidade e conheçam pelo menos. Não adianta escolher um tema que você não sabe se tem conteúdo ou se é fácil ou difícil, ou mesmo se terá alguém para te orietar.
Outro erro de muitos, é querer escolher como orientador aquele professor super querido, sem antes saber se ele tem base para te orientar sobre o tema que você quer apresentar. O melhor a fazer é conversar com o professor com um projeto na mão, mesmo que um esboço e chegar a um acordo, se ele não puder te ajudar, ele vai te indicar alguém tão legal quanto ele, mas não insista em tê-lo como orientador (tenha calma). 

#3 - Pesquisas e Mais Pesquisas 



Prepara-se, você vai pesquisar como nunca antes pesquisou na vida (tenha calma). A melhor forma de fazer um trabalho científico com mais qualidade é pesquisar e ter como base do seu trabalho os artigos científicos, e não utilizar apenas páginas do wikipedia. Existem várias plataformas para fazer pesquisas de artigos científicos, uma delas é o Google Acadêmico, que possui muitos, muitos artigos de radiologia, de diversas revistas, vários idiomas (isso, é bom pesquisar em outros idiomas, tenha calma, é só traduzir usando o mesmo Google) e de vários anos também, você pode fazer comparações entre artigos recentes, publicados este ano mesmo com artigos de 10 anos atrás. 

#4 - Participe de Eventos



O que tem haver, participar de eventos com fazer o TCC? Tenha calma.. nada melhor do que você conversar sobre o seu trabalho com alguém que tem experiência prática de todos os dias no assunto. Nos eventos é interessante você procurar o palestrante que falou sobre o seu tema e trocar uma ideia, as vezes, o que ele pode te falar vai te ajudar muito. 

#5 - Aproveite a Tecnologia ao Seu Redor 

Que tal usar o WhatsApp para o seu TCC?! Você pode usar a ferramenta para se comunicar com o restante do grupo, de forma rápida e simples, trocar links, imagens e informações diversas. Crie um grupo e conversem por ali, mas... não se prendam somente no grupo, sempre que possível, marquem uma reunião presencial, é importante também. 
Outra ferramente muito legal que você pode usar é o Google Drive. Crie um e-mail do Google (gmail.com), entre no Google Drive e crie pastas para organizar o seu TCC, coloque os artigos, os slides, os vídeos, tudo relacionado ao TCC no Google Drive, desta maneira, você e seu grupo não correm o risco de colocar tudo em pen drive ou no PC e perder com um vírus, além de que, tudo está sendo compartilhado, tudo o que o seu amigo encontrar e colocar lá, você terá acesso. 
Quando passar o TCC e você ter sido aprovado, vai rir de todos os conflitos e verá como valeu a pena ficar algumas noites sem dormir. 

Extraído do Site : www.maismonografia.com.br